quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Inspirada em...

"...caio das páginas nos teus braços,
teus dedos me entorpecem,
teu hálito,
teu pulso,
mergulho dos pés à cabeça,
delícia,
e chega -"


O tesão do talvez...
Vou te contar: aqueles momentos, únicos, íntimos, sabe? Nunca tão íntimos, eu acho.
O cheiro que vem,
que vai;
aquilo que faz lembrar,
tudo aquilo.
A lembrança da visão que vem,
que vai;
aquilo que não me deixa esquecer.
As visões de baixo,
e de cima;
aquela bela forma, nada muito trabalhado, apenas belo de natureza.
O suor com cheiro de fruta fresca no começo, e curtida no final.
Aquele jeito de saber como se encaixar perfeitamente?
As Marias dos Carmos, atentas.
"Eu estou gostando muito de você..."
Impossível esquecer o tom de voz, o sorriso (aquele lindo sorriso), o abraço que se seguiu, impossível.

Projeção

feita erroneamente.
Estou descobrindo os seus novos a cada dia.
Mudando meu modo de agir e pensar.
Querendo o próximo contato com um controle subentendido,
triste,
devagar.

O cardápio

Suco de maracujá no café da manhã;
massa no almoço (talvez panquecas com frango);
pão no café da tarde;
um chá.
Suco de maracujá antes de ir deitar
(talvez um chá de limão para te curar da tosse,
ser um anjo que extermina a dor);
você.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A intervenção

Esperei ele conversar com quem queria... minutos depois, quando se aproximou, já me fez a pergunta:
- O que está acontecendo com você?
E eu respondi:
- Pois é, eu preciso de alguém para me ouvir, você pode me ajudar?
Ele se afastou, sugeriu que eu procurasse outra pessoa para fazer esse papel (pediu com os olhos que eu me mostrasse, falasse do meu desejo incompreendido), pediu para que eu deixasse outro recado para seu conhecido, ele quer que eu insista com ele, com o outro, comigo.


                                                             [Ele quer resgatar minha presença porque minha falta está visivelmente me matando.]

Um novo sintoma III

Um encontro ou dois, uma fila, várias pessoas, uma mesma velocidade por uma estrada que, de início, deveria não ter volta mas, agora sei que deve. O momento, o carinho, o sono, os filmes não vistos. A volta pelo mesmo caminho, só que, dessa vez, no escuro. Os assuntos, a conversa, o esclarecimento, o alívio, a interação positiva, a aceitação, o encontro. A cada dia. A partida quase sem despedida, a falta necessária e controlada. O auto-conhecimento que vem do ilusório conhecimento do outro, a empatia. Everything.

Inverno Europeu

... depressão legítima ou charme diante das mulheres inquietas que só elas?
                                                                                  CÉSAR, Ana Cristina